quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Correntes Teológicas Contemporâneas

A teologia da libertação foi a grande estrela dos ultimos anos. Com ela, a teologia saiu de salas de aula e gabinetes de teologos para a midia secular. Parte disto se deveu ao uso de categorias marxistas de pensamento como princÌpio hermeneutico, ou seja, como a ótica pela qual se interpreta a Biblia. Como o marxismo é o ópio dos intelectuais, isso a projetou muito. Além disso, ela pegou carona no impulso dado pelas teologias secularizantes, porque sua cristologia se tornou em "Jesuologia", tomando o homem Jesus e não o Cristo, como referencial. Centrou-se no homem para os outros, o libertador social, o reformador, mais que no Salvador. O Reino de Deus se tornou reino dos homens e a evangelização se tornou luta polÌtica. Em termos gerais, é isso. Passamos pela teologia situacional, de Fletcher, que mereceu, acertadamente, o tÌtulo de Ètica da situação. Era mais praxis que teologia. Chamá-la de "corrente teológica" era uma impropriedade.
A teologia do processo, de Hartshorne, baseando-se nas idéias de Whitehead, não tem sido empolgante, embora abraçada por pastores famosos. A idéia de um Deus finito e temporal, negando-se assim sua transcendÍncia e sua sobrenaturalidade (mesmo que se diga que não), mostrando o homem como necessario para Deus, levou Carl Henry a perguntar como Deus "se arranjava" para ser, antes da criação do homem. Mas seus proponentes são sábios. Sabem que se abrirem demais o jogo, perdem suas ovelhas, que não querem um deus patético ou um deus do seu tamanho. E talvez não se tenham dado conta dos desdobramentos de sua posição. Isto mantém o avanço da teologia do processo razoavelmente estagnado o Brasil.
Presentemente, há um neomisticismo alienante, que centra a vida cristã em louvor, cura e prosperidade, dentro de um prédio, num determinado lugar, sob o comando de determinadas pessoas (um neo-sacerdotalismo). Substituiu a fé engajada na vida, que salga e ilumina o mundo. É altamente prejudicial para a vida das igrejas porque torna o evangelho numa festa, e não em compromisso. Há muito de ingenuidade própria dos jovens neste movimento, bem como muito de comércio religioso. É uma postura intimista e não uma teologia. Chamar este misticismo alienante de teologia È inadequado. É mais uma espiritualidade aguada, embora cheia de empáfia, do que teologia. Liga-se mais a uma liturgia ingênua de cristãos festeiros e devendedores de bugigangas espirituais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário