segunda-feira, 9 de abril de 2012

O Mito da Caverna



Platão o filósofo que viveu entre os séculos IV e V a.C. e contribui muito para a filosofia como nós a conhecemos hoje. Aluno de Sócrates e por esse privilégio pode escrever “A República”, onde todo o diálogo é narrado na primeira pessoa, por Sócrates. No decorrer da obra é imaginada uma república fictícia (a cidade de Calípole, Kallipolis, que significa "cidade bela") onde são questionados os assuntos da organização social (teoria política, filosofia política).

No livro VII narra o diálogo de Sócrates com Glauco e Adimato, esse diálogo é um dos textos mais lidos no universo da filosofia, intitulado O Mito da Caverna, também conhecido como Alegoria da Caverna. Platão utilizou a linguagem mítica para mostrar o quanto os cidadãos estavam presos a certas crendices e superstições. Para lembrar, apresento uma forma reelaborada do mito. A história narra a vida de alguns homens que nasceram e cresceram dentro de uma caverna e ficavam voltados para o fundo dela. Ali contemplavam uma réstia de luz que refletia sombras no fundo da parede. Esse era o seu mundo. Certo dia, um dos habitantes resolveu voltar-se para o lado de fora da caverna e logo ficou cego devido à claridade da luz. E, aos poucos, vislumbrou outro mundo com natureza, cores, imagens diferentes do que estava acostumado a ver. Voltou para a caverna para narrar o fato aos seus amigos, mas eles não acreditaram nele e revoltados com a “mentira” o mataram. 

O filósofo Platão divide o mundo em duas realidades ao conduzir essa alegoria: a sensível, que se percebe pelos sentidos, e a inteligível que podemos chamar de mundo das ideias. No primeiro podemos assim denominar o mundo da imperfeição e no segundo poderia se achar toda a verdade possível para o homem. Assim o ser humano deveria procurar o mundo da verdade para que consiga atingir o bem maior para sua vida. Em nossos dias, muitas são as cavernas em que nos envolvemos e pensamos ser a realidade absoluta, quando, por exemplo, nos submetemos a uma determinada denominação religiosa e a seguimos cegamente, sem ter a preocupação de observarmos se os ensinamentos impostos por essa denominação estão de acordo com aquilo que a Bíblia nos ensina, muitas pessoas valorizam muito os usos e costumes de uma Igreja e esquecem que o verdadeiro ensinamento de Jesus nos ensina que a verdade liberta. 

 A alegoria resulta em algumas boas meditações para quem procura algo além do conhecido. A tendência é a elaboração de reflexões aplicadas a diversas situações do cotidiano corriqueiro, em que o mundo sensível representada pela caverna é comparado às situações como o uso de drogas, manipulação dos meios de comunicação e do sistema capitalista, desrespeito aos direitos humanos, à política e por ai vai. Ao materializar e contextualizar o entendimento desse mito é possível debater sobre o resgate de valores como família, amizade, direitos humanos, solidariedade e honestidade, que podem aparecer como reflexões do mundo ideal.

 A filosofia platônica é facilmente relacionada aos dias de hoje e nossa realidade presente, em especial  o mito da caverna, . A partir da compreenção desse diálogo, é possível fazer uma reflexão extremamente proveitosa e resgatar valores de extrema importância para a Filosofia. Além disso, ajuda na formulação do senso crítico e é um ótimo exercício de interpretação de texto. A relevância e atualidade do mito não surpreende: muitas informações denunciam a alienação humana, criam realidades paralelas e alheias. Mas até quando alguns escolherão o fundo da caverna e viverão com medo? Será que é uma pré-disposição ao engano ou puro comodismo humano? O Mito da Caverna é um convite permanente à reflexão empregada para nossa vida.

É hora de sairmos da caverna e enxergamos o mundo que nos está proposto, é hora de quebarmos as correntes e participarmos do mundo que está além dessa caverna. Viva o evangelho de Jesus e não o evangelho dos dogmas.

Apolônio Alves
 

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