Dentre
as muitas religiões que temos espalhadas pelo mundo, o judaísmo é sem dúvida a
primeira religião monoteísta que apareceu no cenário histórico. A crença
principal é fundamentada na existência de apenas um único Deus soberano e todo
poderoso, que através dele tudo foi criado. O Torá narra uma aliança feita
entre os Hebreus e Deus, nesse acordo esse povo seria propriedade exclusiva de
Deus e eles habitariam a terra prometida.
A fé judaica nos dias de hoje é praticada em diversos lugares, mas a maior concentração de praticantes é no estado de Israel, onde está localizada Jerusalém cidade que tem um grande significa político e religioso para esse povo.
A história de um povo
Muito
se escreveu sobre a história dos Judeus, mas encontramos na Bíblia o contexto
correto para entendermos a história desse povo. Como vemos nas sagradas
escrituras, por volta de 1.800 a.C. aproximadamente, Abraão escutou a voz de
Deus para abandonar o politeísmo e partir para Canaã (nome proveniente de seus
antigos habitantes, os cananeus), também conhecido como seu atual nome
Palestina (é um nome derivado de "filisteus", em hebraico pelishtim).
Abraão teve um filho chamado Isaque, esse por sua vez teve um filho chamado
Jacó. Na narrativa Bíblica num certo dia, Jacó luta com um anjo de Deus e tem
seu nome mudado para Israel. Dos doze filhos de Jacó que se originam as doze
tribos que formavam o povo judeu.
Por
volta de 1.700 a.C., o povo judeu se refugia no Egito fugindo de uma grande
fome e escassez, porém são escravizados pelos faraós por aproximadamente 430
anos, quando um dos faraós esqueceu dos feitos de José, filho de Abraão. Por
volta de aproximadamente 1.300 a.C. se deu a libertação desse povo das terras
do Egito. A fuga do Egito foi liderada por Moisés, que foi o escolhido de Deus
para tal tarefa, depois de ver uma sarça no deserto queimando, mas sem se
consumir e uma voz vinda de Deus em sua direção, dizendo como deveria ser o
plano de libertação do seu povo. Depois de haver libertado o povo recebe as
tábuas dos Dez Mandamentos no monte Sinai. Por conta da dureza do coração e da
desobediência o povo passou 40 anos peregrinando pelo deserto, até receberem a
ordem de Deus para voltarem para a terra prometida, a tão esperada Canaã.
Em
70 d.C., os romanos invadem a Palestina sob o comando do general Tito e o
templo de Jerusalém é destruído, no século seguinte em 135 d.C., a cidade de
Jerusalém, passou por uma nova diáspora judaica. Após todos esses fatos os
Judeus foram espalhados para outros países da Ásia Menor, África ou sul da
Europa, mas mantendo sempre sua história, cultura e religião sempre acesa em
suas memórias. Acredita-se que aproximadamente seis milhões de judeus foram
exterminados em um verdadeiro genocídio durante a Segunda Guerra Mundial nos
campos de concentração nazista. Isso impulsionou o restabelecimento do Estado
de Israel em 14 de maio de 1948. Nessa data o povo Judeu retorna a pátria
depois de quase 2.000 anos em domínio estrangeiro.
Os Judeus têm dois livros que eles consideram de grande estima, o
primeiro é a Torá, também conhecido como Pentateuco, para os judeus esse livro
além de estimado é considerado sagrado, pois foi revelado diretamente por Deus
a Moisés. Os livros que compõem a Torá são: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e
Deuteronômio.
O Talmude é o livro que reúne muitas das tradições orais dos Judeus,
nele há o registro das discussões rabínicas concernentes à lei, ética, costumes
e história do judaísmo. O Talmude divide-se em quatro livros: Mishnah,
Targumin, Midrashim e Comentários.
Como o templo de Jerusalém havia sido destruído em 586 a.C., e os Judeus
sentiam necessidade de adorar a Deus, eles instituíram um templo chamado de
Sinagoga, um lugar para realização dos seus cultos. Nesses cultos o seu
dirigente é um sacerdote, que era um mestre da lei chamado de rabino. O
judaísmo tem como seu símbolo sagrado o menorá, um candelabro com sete braços.
Os Judeus têm como ato ritualista a circuncisão dos meninos ao
completarem oito anos de vida. A circuncisão mostrava que aquela criança fazia
parte da aliança de Deus feita com o povo de Israel. Quando uma menina atinge
os 12 anos de idade e um dia celebra-se o Bat Mitzvá, que significa filha da lei e os meninos ao completarem 13 anos e um dia celebra-se o
Bar Mitzvá, que significa filho da lei, esse ritual identifica que pela lei
judaica eles são responsáveis pelos seus atos.
Dentro das sinagogas, existe uma arca, que simboliza a ligação entre
Deus e o Povo Judeu. Nesta arca são guardados os pergaminhos sagrados da Torá.
O uso do kipá pelos homens, que é uma pequena touca, que representa o
respeito a Deus no momento das orações.
As festas judaicas e seus significados
O calendário judaico é lunisolar, por esse motivo as datas das festas
religiosas são flexíveis. As principais são as seguintes:
Purim -essa festa celebra o grande livramento de Deus em
meio ao massacre preparado pelo rei persa Assuero.
Páscoa ( Pessach ) - é comemorado a libertação do povo judeu
quando esse era escravo no Egito. Shavuót - celebra a revelação da Torá ao povo de Israel.
Rosh Hashaná - é comemorado o Ano-Novo judaico.
Yom Kipur - é celebrado o dia do perdão. Os judeus fazem jejum por 25 horas e fazem orações constantes.
Sucót -lembra a peregrinação de 40 anos no deserto, após a libertação do cativeiro do Egito.
Chanucá - comemora o fim do domínio assírio e a restauração do tempo de Jerusalém.
Simchat Torá - celebra a entrega dos Dez Mandamentos a Moisés.
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