Comumente associado às crianças, o transtorno que ocorre também com adultos pode gerar diversas crises familiares, infelicidade do casal e até mesmo levar ao divórcio dos cônjuges.
Discordar e discutir são verbos normais em qualquer relação, mas quando um casal não consegue mais resolver seus próprios atritos, talvez seja a hora de procurar a ajuda de um especialista. O transtorno do deficit de atenção é comumente associado às crianças, mas muitos adultos também sofrem com o problema que, se não for tratado adequadamente, pode gerar diversas crises familiares.
Quando um dos cônjuges sofre com esse transtorno, se o problema não for diagnosticado, a estrutura familiar pode ser facilmente abalada. Segundo a psicóloga Andreia Calçada, o distúrbio gera dificuldades organizacionais em todos os sentidos, seja em termos de rotina ou tranquilidade emocional.
Assim como os pequenos, adultos com deficit de atenção têm dificuldades em seguir horários, obedecer a rotinas e permanecer em uma mesma atividade por um longo período, mas o agravante é que no adulto isso interfere também na vida profissional e afetiva.
O problema
A desatenção do cônjuge que sofre com o problema pode ser confundida com falta de amor e levar até mesmo ao divórcio. De acordo com a psicóloga Cláudia Bruscagin, a doença pode gerar diversas brigas sem explicação. Além da grande interferência na relação do casal, o deficit de atenção interfere também na vida dos filhos.
Um tipo de briga comum entre casais que sofrem com o transtorno é referente aos limites das crias. Dra. Andreia Calçada conta que há vários casos em que o pai ou a mãe impõe uma regra --e a parte que sofre com o transtorno, como tem dificuldades com limites, desvalida aquilo combinado anteriormente.
Além disso, como é um problema genético, há grandes possibilidades de em uma mesma casa haver mais de um membro com o transtorno. "Isso simboliza grande sobrecarga para a pessoa que não possui o problema", explica Dra. Cláudia Bruscagin.
É importante que a família busque ajuda de especialistas para realizar o diagnóstico e, se necessário, iniciar o tratamento com medicação e terapia.
Nós sabemos que ninguém é de ferro para aguentar desorganização, atrasos e falta de atenção, mas a terapia pode ajudar o casal na busca de soluções para seus desentendimentos.
Sensibilidade e criatividade --o outro lado
Dra. Cláudia Bruscagin pontua que mesmo com todas as dificuldades enfrentadas por quem sofre com o transtorno, há uma série de qualidades também. "São pessoas sensíveis, carinhosas e criativas". A família deve aprender em conjunto a analisar e considerar todos os pontos.
Já nos pequenos, quanto mais cedo for diagnosticado o transtorno, mais cedo o tratamento pode ser administrado e surtir efeitos. É necessário consultar um neurologista e um psicólogo para efetuar um diagnóstico criterioso, já que o problema não tem sintomas físicos, e a avaliação é muito subjetiva.
Sintomas X diagnóstico propriamente dito
Apesar de o deficit de atenção ser um problema genético, o filho do casal pode não sofrer do transtorno, mas apresentar certos sintomas de desatenção. Isso acontece porque a criança, a exemplo dos pais, passa a agir da mesma maneira que observa em casa.
Essa questão, no entanto, pode ser modelada por regras dos pais. O estabelecimento de uma rotina, tanto para pais quanto para filhos, é essencial para haver disciplina e evitar esquecimentos. O que a família precisa é de amor, muuuuita paciência e consciência para buscar a ajuda.
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