O ser humano em sua própria natureza seria incapaz de sobreviver isolado dos outros, o que gera a necessidade de constituir associações e o próprio Estado comum a todos. Aristóteles em seu estudo sobre a política humana, além de observar as cidades-estados gregas, buscou elaborar um estudo sobre uma ordem natural organizacional do homem.
O universo seria regido por leis eternas e imutáveis, da mesma forma o Estado, mesmo dependendo dos atos humanos, seria regido por uma constituição que expressaria a própria natureza do Estado. Nos textos de Aristóteles, o conjunto ou associação formada por vários povoados resulta numa cidade perfeita com todos os meios para se auto abastecer , com o objetivo de oferecer bem-estar a todos.
Aristóteles escreveu : “É por isso que podemos dizer que toda cidade é um fato da natureza, visto que foi a natureza que formou as primeiras associações; porque a cidade, ou sociedade civil, é o fim dessas associações. Ora, a natureza dos seres está em seu fim; porque o estado em que cada ser vem a encontrar-se, desde o momento de seu nascimento e até o seu perfeito desenvolvimento.
É evidente, pois, que a cidade é por natureza anterior ao indivíduo, porque, se o indivíduo separado não se basta a si mesmo, será semelhante às demais partes com relação ao todo.”
A sociedade brasileira tem assistido nestes últimos tempos a seguidos escândalos na esfera do poder público. Mais do que assistido, diria que vivemos e sofremos com cada inesperado e tenebroso capítulo em nossa recente história democrática. Nos indignamos frente às formas criativas e sinistras de desviar os escassos recursos públicos para uso próprio. Nos decepcionamos quando esperados projetos de governo se tornam obscuros projetos para perpetuação no poder. Ficamos atônitos quando constatamos que o relativismo moral e ético passa a ser usado, até em discursos, como justificativa de atos ilícitos e amorais. Sofremos quando plataformas políticas, que foram construídas em décadas, são desfeitas em poucos dias, apenas por conveniência partidário-eleitoral. Nos assustamos com as novas coligações, que não respeitam os limites éticos, morais ou ideológicos.
Temos a inadiável missão de inaugurar uma nova cultura política, que contempla a universalização da educação moral, civil e política, passa pela democrática e madura participação nos pleitos, se fortalece na constante e criteriosa avaliação dos mandatos político e se renova ao motivar e formar homens e mulheres para o exercício ético e competente do poder público.
Devemos discernir, com cuidado e profundidade, os candidatos que escolheremos.
Fonte: Filosofando.com
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