Vemos a questão da educação ganhando destaque crescente no cenário político e econômico do Brasil. Não bastassem os problemas locais, temos ainda sido bombardeados com pressões de diversas autoridades internacionais em relação às prioridades em nosso país, comparado a outros países emergentes. Os dados apontam para uma situação calamitosa:
• Temos 37 milhões de analfabetos, o pior índice da América Latina, e uma das mais baixas escolaridades do mundo em relação ao potencial econômico. Perdemos para o Haiti e o Gabão (Exame, 12/1994);
• Somente 22% dos alunos ingressos no 1º Grau completam a 8a. série, e apenas 6% chegam à universidade. O custo da repetência do 1º Grau chega a R$ 5 bilhões na rede pública (Folha SP, 7/1994; OESP, 7/1995);
• Ao ritmo atual de escolarização, apenas no ano 2100 o Brasil terá 95% de uma geração com o 1º. Grau completo e somente no ano 3080 90% terá concluído o 2º. (Nova Escola, 12/1993);
• É mais provável que uma criança negra da Baixada Fluminense no Rio de Janeiro ou da Zona Leste de São Paulo morra num tiroteio do que chegue à universidade ( Veja, 11/1991).
Nesse contexto, educação não é questão de oportunidade ou conveniência política. É algo estratégico, visceral para o bem de uma sociedade e fundamental para que o indivíduo realize todo potencial de sua vocação. Há muito que países desenvolvidos entenderam o caráter estratégico da educação para competir no cada vez mais complexo e globalizado mercado mundial.
Contudo, educação não é apenas o processo de transferir conteúdos acadêmicos, mas todo conjunto de instruções, disciplinas e práticas que visam preparar a próxima geração para cumprir um ideal mais elevado. Agregar conhecimento sem dar sentido a ele, sem a implicação moral de utilidade e cumprimento de um propósito transcendente ao indivíduo, é negar a história e a própria natureza da humanidade.
Falamos de caráter, o valor interior capaz de forjar o valor exterior e superar a natureza decaída do homem. O caráter se molda a partir dos valores familiares, do relacionamento e exercício de princípios éticos que consolidem uma identidade interior.
No mundo dos negócios a ética e o sentido do bem comum tem lugar em toda empresa de sucesso que permanece. O custo Brasil seria certamente minimizado se trabalhassemos por uma nova geração de brasileiros que buscasse vencer não pela esperteza ou pelo jeitinho.
Muitos pais, educadores e psicólogos tem refletido sobre a situação da agressividade na adolescência, que cresceu assustadoramente no Brasil e no mundo. O adolescente de hoje enfrenta um mundo de drogas, violência, imoralidade como nunca antes. Os estragos em sua vida comprometem o casamento e a família, ou seja, as próximas gerações.
Nos EUA mais de 1 milhão de adolescentes engravidam por ano, com 40% terminando em aborto. No Brasil uma adolescente brasileira aborta ou tem um filho a cada 30 segundos, sendo quase metade resultante de namoro irresponsável.
O problema não é novo, porém tem piorado muito em nossos tempos pela visão moderna da criança e da educação. Os pais não tem tempo para os filhos, assim criaram artifícios para substituí-los: a televisão, o vídeo-game, a creche, a escola, a empregada, os avós, a rua.
Nesse contexto, é natural que a tarefa de educar seja ingrata, além do que a maioria dos pais hoje sente-se despreparada para fazê-Io. Em pesquisa realizada pelo Dr. Dobson há alguns anos atrás com pais cristãos nos EUA, mais de 70% reconheceram que tem dificuldades em educar seus filhos.
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